The Evil Dead pode ter sido original e violentíssimo em 1981, mas só lá.Um dos poucos clássicos "cult" que realmente merecem todo o status que possuem, A Morte do Demônio continua a servir como modelo e fonte de inspiração para qualquer filme de horror que se preze. Trata-se de um marco sobre como produzir algo de "qualidade" com orçamento pífio, e como aproveitar as influências pré-existentes numa reciclagem que eleva todo o padrão de realização de um gênero. Não é à toa que Sam Raimi, estreando aqui na direção de um longa, evoluiu para responsabilidades inimagináveis na época de lançamento deste filme, notadamente o comando de um dos maiores blockbusters de todos os tempos, a adaptação de HQs Homem-Aranha.
A história é sobre 5 amigos que vão passar uns dias em uma cabana numa montanha. Não se sabe direito quem arranjou a casa pra eles, a única coisa que sabem é que foi barato, e eles desconfiam um pouco disso, mas bem, nunca adivinhariam o porquê real. Enquanto ainda estão no carro, antes de chegar, já ocorre um “evento” que quase os faz bater o carro. Mas depois desse susto, conseguem chegar à cabana e se instalar.Na cabana descobrem um porão, espingarda e um gravador que tem gravações(!!) do antigo dono da cabana, um arqueólogo, que descobriu o Necronomicon Ex Mortis(esse escrito à sangue e encadernado em pele humana). Em dado momento, as gravações do antigo dono são citações do próprio Necronomicon, o que por fim libera o mau e o filme começa de verdade.
O início da história é igualzinho aos zilhões de outros pastiches de tema parecido. Basta, porém, a primeira cena emblemática aparecer para desnortear o espectador pelo resto da película: a curra de uma das personagens, levada a cabo pela floresta enfurecida. O impacto visual da aparição do primeiro zumbi ( aquilo é muito trash). Esta e as demais passagens envolvendo mortos-vivos impressionam pela não qualidade da maquiagem. O humor brota espontaneamente em vários momentos (na maior parte deles de forma bastante doentia), em meio a doses cavalares de GORE, desmembramentos, perfurações e dilaceramentos certamente o filme pasaria em uma Grindhouse tranquilo com direito a bis.
The Evil Dead é extremamente dinâmico. Desde antes de chegarem na cabana já há uma certa ação, e na cabana as coisas acontecem bem rápido. Como é de se esperar, rolam “peitinhos” no filme, o que é padrão no gênero até hoje. Escassez de recursos e a capacidade dramática quase inexistente do elenco é um dos trunfos da ambientação doentia do filme, que se inspira claramente em O Massacre da Serra Elétrica (Tobe Hooper, 1974), e na onda de filmes de zumbi iniciada por George Romero no final da década de 60. Até mesmo referências mais obscuras parecem estar espalhadas ao longo da narrativa, como uma que remete visualmente ao Drácula de 1931 (Ash carregando sua amada vestida de branco, à la Bela Lugosi e Helen Chandler no clímax do clássico de Tod Browning).
E como falei no começo, o filme é realmente violento. Tão violento que foi proibido em vários países, e pra se ter uma idéia, na Alemanha a versão original sem cortes só saiu em 2001. Apesar dos efeitos capengas, The Evil Dead está longe de ser ruim. Foi uma obra original em seu tempo, virou cult.
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The Evil Dead
1,2 testando
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